No inverno, esta espécie tem uma distribuição mais alargada do que qualquer outro tordo, em Portugal. Encontra-se um pouco por toda a parte, embora com variações espaciais e temporais de abundância. De forma geral, é mais abundante no interior do que no litoral. Na época fria, os tordos-pintos frequentam vários tipos de habitats, mas as maiores concentrações observam-se em áreas com plantas produtoras de pequenos frutos e bagas, como olivais e matagais mediterrânicos bem desenvolvidos.
Em Portugal, este tordo nidifica nas regiões mais a Norte, apesar da sua franca expansão para Sul, havendo registos de nidificação no distrito de Coimbra. Os biótopos utilizados durante a primavera, incluem carvalhais, faiais, bosques mistos, parques arborizados e galerias ripícolas. A época de nidificação, em Portugal, ainda não está bem determinada, podendo prolongar-se entre abril e junho, período em que a espécie pode ser ouvida a cantar.
As azeitonas, quando disponíveis, são o principal alimento do tordo-pinto, deduzindo-se, que nas localidades e épocas em que não existem estes ou outros frutos, a espécie se alimentará de invertebrados.
(CATRY, Paulo; COSTA, Hélder; ELIAS, Gonçalo; MATIAS, Rafael – AVES DE PORTUGAL: Ornitologia do território continental. Lisboa: Assírio & Alvim, 2010.)