Esta espécie encontra-se em todo o território continental, frequentando desde terrenos agrícolas e zonas arborizadas, até áreas de forte presença humana, como parques e jardins em grandes cidades. Prefere paisagens em mosaico, com pequenas matas, campos agrícolas e prados, assim como montados com pouco sub-bosque. Surge frequentemente associado a pastagens, alimentando-se amiúde onde existe gado.
Na primavera, os estorninhos-pretos estão bastante dependentes de locais com cavidades, onde possam instalar os ninhos. No inverno, esta dependência não existe, podendo, então, os estorninhos ser encontrados abundantemente em terrenos agrícolas abertos e sem árvores. A partir do final do verão e durante os meses mais frios, esta espécie pode formar bandos de dimensão considerável, por vezes de milhares de indivíduos, que se reúnem em grandes dormitórios, localizados em árvores ou caniçais. No inverno, formam bandos mistos com estorninhos-malhados. As cavidades utilizadas para nidificar, geralmente, situam-se em árvores, podendo as aves utilizar cavidades naturais ou buracos abertos por pica-paus.
A espécie é essencialmente residente, podendo efetuar alguns movimentos de âmbito local. A alimentação das crias no ninho é formada exclusivamente por invertebrados terrestres. No outono e no inverno, os estorninhos-pretos apresentam uma alimentação mais frugívora, ingerindo azeitonas, entre outros frutos e bagas.
(CATRY, Paulo; COSTA, Hélder; ELIAS, Gonçalo; MATIAS, Rafael – AVES DE PORTUGAL: Ornitologia do território continental. Lisboa: Assírio & Alvim, 2010.)