Durante a época de reprodução, a alvéola-branca distribui-se por todo o país, mas é claramente mais abundante no Norte e no Centro do que no Sul. No Outono e no Inverno encontra-se em grande número por todo o território nacional. Esta alvéola nidifica muitas vezes nas proximidades de cursos de água, estando mais ligada a estes no Sul da sua área de distribuição. No entanto, esta dependência é fraca e, em muitas regiões, reproduz-se em áreas muito distantes de qualquer zona húmida, surgindo frequentemente em povoações e explorações agrícolas. No Inverno, ocorre numa gama de habitats mais ampla, que vai desde caminhos, estradas (alimentando-se de insetos que captura no asfalto) e zonas urbanas, a montados abertos, pastagens e à orla marítima. É mais abundante em terrenos agrícolas alagados ou com vales e nas margens de zonas húmidas. Na época fria, as alvéolas-brancas juntam-se em dormitórios, por vezes instalados em centros urbanos.
Pouco se sabe em relação à biologia da reprodução da alvéola-branca, no nosso país. O ninho é frequentemente construído em edificações, como casas rurais, azenhas, pontes, ruínas ou muros de pedra. A migração pós-nupcial em Portugal prolonga-se de meados de setembro ao final de novembro. Em fevereiro e em março, a maioria das aves parte rumo aos seus locais de origem, restando poucos indivíduos invernantes no início de abril. É possível que as populações nidificantes sejam essencialmente sedentárias. As alvéolas-brancas alimentam-se de invertebrados que capturam no solo, sobre a vegetação curta, na superfície da água, ou em pleno ar.
(CATRY, Paulo; COSTA, Hélder; ELIAS, Gonçalo; MATIAS, Rafael – AVES DE PORTUGAL: Ornitologia do território continental. Lisboa: Assírio & Alvim, 2010.)