Como nidificante, o tentilhão-comum distribui-se por todo o país, sendo particularmente abundante no Norte e no Centro. No Sul é menos numeroso e está ausente de algumas zonas densamente humanizadas, como a Grande Lisboa. Durante a época de nidificação, frequenta habitats onde existe vegetação de porte arbóreo.
No Norte e no Centro encontra-se em todo o tipo de zonas arborizadas, sendo mais frequente em habitats de transição, em confluência com culturas agrícolas e outras áreas abertas. É comum em montanha, ocorrendo até ao limite superior das árvores. Na época fria, os tentilhões-comuns frequentam um leque de biótopos mais diversificados, estando menos dependentes da existência de árvores de médio ou grande porte.
A origem dos indivíduos que se juntam nestes bandos invernais está por esclarecer, sendo provável que inclua migradores de longa distância, invernantes em Portugal, juntamente com aves nacionais que se movimentam desde as áreas de criação para estes biótopos mais abertos.
O canto do tentilhão-comum começa, geralmente, a ser emitido na primeira metade de fevereiro e prolonga-se até ao início do Verão. A fenologia desta espécie é complexa, devido à ocorrência, em Portugal, de diferentes populações migradoras. Os tentilhões-comuns alimentam-se sobretudo de sementes e de outras matérias vegetais, mas durante a época de reprodução consomem, principalmente, invertebrados.
(CATRY, Paulo; COSTA, Hélder; ELIAS, Gonçalo; MATIAS, Rafael – AVES DE PORTUGAL: Ornitologia do território continental. Lisboa: Assírio & Alvim, 2010.)