O Cuco-canoro distribui-se por todo o país, escasseando, contudo, nas zonas de maior altitude evitando, também, áreas urbanas. Como nidificante, frequenta uma enorme variedade de biótopos, desde que neles existam algumas áreas arborizadas. Encontra-se em zonas predominantemente florestais, quer em áreas agrícolas, ou ainda em áreas dominadas por matos em confluência com bosques.
É uma espécie parasita, que pões os ovos nos ninhos de outras aves, sobretudo de pequenos passeriformes insectívoros. Uma vez realizada a postura, não se preocupa com o destino dos ovos, ficando a alimentação das crias a cargo do hospedeiro. Cada fêmea parece especializar-se num único tipo de hospedeiro. No norte do país a maior parte das posturas é feita entre maio e junho, contando-se os piscos-de-peito-ruivo e os chascos-cinzento entre os hospedeiros mais habituais.
O canto do cuco-canoro faz-se ouvir entre meados de março até final de junho, dependendo da zona do país. Alimenta-se quase exclusivamente de insetos, principalmente de lagartas de borboletas, incluindo muitas espécies coloniais, coloridas ou peludas, evitadas por outras espécies de aves. Os escaravelhos da ordem dos coleópteros também representam uma fração importante da sua dieta.
(CATRY, Paulo; COSTA, Hélder; ELIAS, Gonçalo; MATIAS, Rafael – AVES DE PORTUGAL: Ornitologia do território continental. Lisboa: Assírio & Alvim, 2010.)