Esta toutinegra é comum em Portugal, embora a sua abundância varie marcadamente com a região e a época do ano. No outono e no inverno surgem populações migradoras, provenientes do resto da Europa, tornando-se muito abundante em locais onde não se reproduz como, por exemplo, no interior do Alentejo, das Beiras ou Trás-os-Montes. Durante a primavera e verão, a toutinegra-de-barrete habita quase todo o tipo de zonas florestais ou arborizadas, desde parques e jardins urbanos, áreas agrícolas, ou até povoamentos de folhosas em zonas serranas.
É uma das aves portuguesas que melhor se adapta a ambientes urbanos, nidificando regularmente em ruas, avenidas e largos arborizados no centro de grandes cidades. No outono e no inverno, frequenta, também, locais com grande abundância de plantas mediterrânicas, produtoras de frutos carnudos, como olivais. As aves exclusivamente invernantes raramente cantam, embora possam ser muito vocais, utilizando vários tipos de chamamentos. Os machos residentes cantam durante grande parte do ano, com maior intensidade entre março e julho. Embora a maior parte da população seja, presumivelmente, residente, existem locais de nidificação nas terras altas do Norte e Centro, que são parcialmente abandonados no inverno.
A dieta primaveril desta toutinegra deverá ser essencialmente insetívora. No outono e inverno, os frutos e bagas tornam-se parte integrante da alimentação da espécie.
(CATRY, Paulo; COSTA, Hélder; ELIAS, Gonçalo; MATIAS, Rafael – AVES DE PORTUGAL: Ornitologia do território continental. Lisboa: Assírio & Alvim, 2010.)