O gaio é um dos corvídeos mais comuns de Portugal, frequentando essencialmente terrenos florestais, quer em planície, quer em zonas de montanha. Pode ser observado em pinhais, carvalhais, soutos, montados de sobro e azinho e em matas mistas de folhosas e resinosas. Evita bosques muito abertos e eucaliptais extensos, onde a abundância de recursos tróficos é bastante limitada. Quase não existem dados sobre a biologia de reprodução desta espécie, no nosso país. Os ninhos são instalados em árvores, a uma altura variável do solo. Os gaios são essencialmente residentes em Portugal, mantendo-se todo o ano nos seus territórios.
A alimentação da espécie é constituída por invertebrados (escaravelhos e lagartas), sementes e frutos, particularmente bolotas. O gaio desempenha, aliás, um papel relevante na regeneração natural das florestas, graças ao seu hábito de enterrar as bolotas como forma de armazenamento para tempos de maior escassez alimentar.
(CATRY, Paulo; COSTA, Hélder; ELIAS, Gonçalo; MATIAS, Rafael – AVES DE PORTUGAL: Ornitologia do território continental. Lisboa: Assírio & Alvim, 2010.)