Durante o Inverno, esta espécie é muito abundante em Portugal. A população nidificante é numerosa no Norte e Centro, mas no Sul, só está presente em zonas de maior humidade. Tanto de Verão como de Inverno, o pisco-de-peito-ruivo frequenta uma enorme variedade de habitats, desde que tenham algum grau de cobertura arbórea, ou apenas arbustiva. Na serra da Estrela, ocorre mesmo acima do limite da distribuição das árvores. A população residente pode começar a reprodução a partir de março. Os ninhos são contruídos em pequenas cavidades pouco profundas, numa grande variedade de substratos, que pode incluir árvores, rochas, taludes, ou estruturas artificiais.
As primeiras aves migradoras surgem no sul do país na segunda quinzena de setembro e provêm desde o Reino Unido até à antiga URSS. Tal como diversos estudos espanhóis documentam, os piscos-de-peito-ruivo invernantes em Portugal alimentam-se abundantemente de frutos carnudos, como azeitonas, bagas, pedaços de bolotas e pequenos invertebrados. Na Primavera e no Verão, a dieta será, fundamentalmente, insetívora.
(CATRY, Paulo; COSTA, Hélder; ELIAS, Gonçalo; MATIAS, Rafael – AVES DE PORTUGAL: Ornitologia do território continental. Lisboa: Assírio & Alvim, 2010.)