A gralha-preta distribui-se por praticamente todo o país, estando, ausente de algumas regiões do Baixo Alentejo e do Algarve. É mais comum na região Centro, no Ribatejo e na faixa costeira que se estende de Setúbal a Sines. Ocorre essencialmente em orlas florestais ou paisagens em mosaico, com alternância de parcelas agrícolas e pequenas matas, aparecendo sobretudo associada a zonas de pinhal. No entanto, frequenta muitos outros habitats, quer em planície, que em zonas serranas. Na serra da Estrela pode ser vista com regularidade acima do limite das árvores, por vezes perto do cume.
O elemento que favorece a sua ocorrência é a existência de matas ou bosques, onde possa instalar o ninho. Sobretudo a partir do final da época de reprodução, a gralha-preta apresenta alguma tendência para o gregarismo. A época de reprodução da espécie estende-se de março a julho e os ninhos são instalados em árvores.
Em Portugal, a gralha-preta é essencialmente residente, alimentando-se de invertebrados, grãos de cereais, ovos e crias de outras aves, carne em decomposição, pequenos vertebrados e desperdícios gerados pelas atividades humanas.
(CATRY, Paulo; COSTA, Hélder; ELIAS, Gonçalo; MATIAS, Rafael – AVES DE PORTUGAL: Ornitologia do território continental. Lisboa: Assírio & Alvim, 2010.)